sexta-feira, 4 de novembro de 2011

NRP "CTE JOÃO BELO" - O Almirante Gago Coutinho



ALMIRANTE GAGO COUTINHO, COMO GEÓGRAFO E CARTÓGRAFO







Série de 1978, dedicada ao Almirante Gago Coutinho
(frente)
(Verso)







O historiador da náutica e cartografia portuguesa, não pode deixar de ser também historiador dos descobrimentos, e assim foi que Gago Coutinho, depois de ter sido navegador, geodeta e cartógrafo, passou a dedicar-se, quando a idade já começava a interferir com o árduo trabalho de campo, ao importantíssimo capítulo da história dos descobrimentos.
Foi ele quem chefiou a Missão Geodésica da Ilha de S. Tomé.
Um dos seus últimos mas não menos notável trabalho consistiu na triangulação da Ilha de S. Tomé (1916-1918), da qual veio a resultar o conhecimento aproximado dos pontos segundo os quais o equador, geodésico ou absoluto, cortava a ilha. Tratou-se de um trabalho que custou ao afamado geógrafo 14 meses de operações de campo, e mais dois meses de trabalho de gabinete.
 Em honra ao seu empenho, a Comissão de Colonos de S. Tomé, ergueu no Ilhéu das Rolas, o Padrão de Gago Coutinho, no Ilhéu das Rolas.
 Deste modo, em 1923, o ilhéu passou a ser denominado com o nome do Almirante e o canal que separa a ilha de S. Tomé e o Ilhéu recebeu a designação, Canal Sacadura Cabral.
Terminados os trabalhos desta missão, Gago Coutinho apresentou o magistral Relatório da Missão Geodésica da Ilha de S. Tomé, de 1915 a 1918, que foi considerado oficialmente o primeiro trabalho de geodesia completo referente a uma das nossas colónias.
Mais tarde escreveu, “foi a combinação de todas as observações que se deduziu a latitude média, ou geodésica, de todos os vértices”. Basta dizer que a latitude máxima do centro do marco geodésico em 1917, construído no ponto mais alto do Ilhéu das Rolas, foi por ele calculada em 1.95’’ S. Medições feitas em 1935, com maiores recursos técnicos, acusava a diferença de apenas 3cm!
Gago Coutinho considerava-se "geógrafo colonial", pois durante vinte anos prestou serviço nas províncias ultramarinas portuguesas, vivendo no mato ao ar livre e dormindo em tendas de campanha. Durante estes anos delimitou mais de dois mil quilómetros de fronteira e efectuou trabalhos de triangulação em superfícies superiores a oitocentos quilómetros quadrados. Consta, inclusivamente, que chegou a atravessar duas vezes África, sendo que só na missão de Barotze andou cinco mil e duzentos quilómetros quadrados.
O Almirante Gago Coutinho, foi um sábio, herói, homem simples e grande português

António da Silva Martins




Sextante, aparelho de orientação, inventado pelo Almirante Gago Coutinho.


Marco Geodésico, de Gago Coutinho, colocado no ponto mais alto do Ilhéu das Rolas.
(Foto do blogue novacasaportuguesa.blogspot.com)
1952
Capela no Ilhéu das Rolas
Padrão de Gago Coutinho (Ilhéu das Rolas)
Homenagem da Comissão de Colonos em 1923



ILHÉU DAS ROLAS  (OU ILHÉU GAGO COUTINHO)

UM PARAÍSO

O Ilhéu das Rolas, fica situado a Sul da Ilha de S. Tomé, a cerca de 60 Km da Capital.
Tem um dos fundos marinhos menos explorados e mais deversificados e coloridos do planeta.
O espírito pacífico das suas gentes, a beleza das paisagens, ainda num estado virgem, as praias desertas bordadas por coqueiros e de agua amena, a vegetação e o clima, fazem de S.Tomé e Princípe um país vocacionado para o turismo e um destino original.
(Ir a S. Tomé e não ir ao Ilhéu das Rolas, é como "ir a Roma e não ver o Papa"!)
Este Ilhéu, está bem servido de transportes marítimos, com um movimento de embarcações bastante rasoável, que saem de Porto Alegre, em S. Tomé.
Neste Ilhéu, instalou-se uma unidade hoteleira, conhecida por Ilhéu das Rolas Resort.




Entrada  para o Restaurante do Resort
  
Resort Hotel

Vista panorâmica apreciada do  Resort  Hotel

Paisagem envolvente do Resort Hotel

Piscina de agua salgada.

Turismo ou desporto subaquático

Mais um registo que faz parte deste tipo de turismo subaquático.
Nestas águas é fácil apreciar toda a sua natureza
O Mundo subaquático do Ilhéu das Rolas é maravilhoso
Na superfície também se pode, de vez em quando, apreciar imagens como esta


A NRP "SAGRES" NO ILHÉU DAS ROLAS


REPORTAGEM FOTOGRÁFICA,  EXCLUSIVAMENTE  PARA ESTE BLOGUE. 


AS FOTOS FORAM REGISTADAS PELO CAMARADA ALBERTO ALBINO CAMACHO, QUE SE ENCONTRAVA DE FÉRIAS, NO RESORT, PESTANA EQUADOR, NO ILHÉU DAS ROLAS, EM JUNHO DE 2008, ALTURA EM QUE A "SAGRES" FUNDEOU NAQUELE ILHÉU.


PESTANA EQUADOR

O Pestana Equador fica situado no Ilhéu das Rolas, a cerca de 60 km da capital de São Tomé e Príncipe, é um verdadeiro paraíso natural para umas férias românticas, desportivas ou mesmo de lazer. O acesso é efectuado unicamente por barco, a partir de Porto Alegre, na ilha de São Tomé.
Tem um dos fundos marinhos menos explorados, mais diversificados e coloridos do planeta, é sem dúvida um dos melhores locais para prática de desportos subaquáticos.
Este resort em São Tomé e Príncipe é ideal para descontrair e estar em contacto com a natureza. O espírito pacífico das suas gentes, a beleza das suas paisagens, ainda num estado virgem, as praias desertas bordadas por coqueiros e de água amena, a vegetação, o clima, a comida, a música, fazem de São Tomé e Príncipe um país vocacionado para o turismo e um destino original.
Para os seus momentos de lazer o hotel possui 1 piscina de água salgada (adulto e criança), jacuzzi, animação diária entre outras actividades.
Saboreie refeições típicas e deliciosas no Restaurante 7 Pedras e descontraia com uma bebida ao final do dia num dos 3 bares do hotel, um dos quais o bar da piscina.
Todos os quartos deste hotel em São Tomé dispõem de ar condicionado, W.C. com duche e televisão satélite.



A NRP "SAGRES" fundeada em frente ao Ilhéu das Rolas-2008
A "SAGRES" vista de outro ângulo, ao largo do Ilhéu-2008

Registo efectuado do Resort onde se encontrava hospedado.
 A "SAGRES" fundeada em frente ao Ilhéu-2008
Residencial no Ilhéu das Rolas-2008

Alberto Albino Camacho a caminho da Residencial- 2008
Quadro do Resort no Ilhéu das Rolas-2008
Interior da Residencial
Marco Geodésico,  marcando a passagem da linha do Equador, no Ilhéu das Rolas
Junho de 2008
Linha do Equador  e o mapa Mundo, desenhada  no solo-2008
Linha do Equador-2008

Alberto Albino Camacho, este blogue agradece a sua colaboração, com o envio das suas fotos para aqui serem publicadas. Saudações Navais

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

NRP CTE JOÃO BELO, E A ESCOLTA AO PAQUETE PRINCÍPE


 (CAUSA DA ESCOLTA: - A BORDO DO PAQUETE SEGUIA O NOSSO PRESIDENTE DA REPÚBLICA O CALM-AMÉRICO THOMAZ).



HISTÓRIAS DE MARINHA E DE MARINHEIROS



Um dia no Porto de São Vicente, na bonita cidade do Mindelo, Terras de Cabo Verde, onde eu, Marinheiro Radarista, da Guarnição da fragata Almirante Pereira da Silva, me encontrava presente aconteceu uma situação que nos podia ter levado a todos à morte…
Encostados na muralha estavam dois Navios de Guerra da Marinha Portuguesa (com 26 bombas de TNT de 200 Kg. cada um) a aguardar o regresso a Lisboa do Presidente da República de então, Alm. Américo Tomás, que tinha ido fazer uma Visita Presidencial a São Tomé e Príncipe e que para lá tinha ido de Lisboa, a bordo do Navio da nossa Marinha Mercante “Príncipe Perfeito”!
Foi recebida uma comunicação rádio para nos deslocarmos à Ponta do Maio onde um navio de transporte entre as diversas ilhas de Cabo Verde e a Guiné, tinha encalhado num banco de areia e, onde se encontravam 116 pessoas, passageiros e tripulantes e mais um cão.
Comunicado o facto à Guarnição e com ela a postos, o Comandante, Cap. de Fragata Tomás de Melo Breyner, deu instruções ao Homem do Leme para introdução de velocidade e rumo de saída…
Acontece, porém, que o dito Homem do Leme, talvez por um nervoso miudinho já que não estava há espera que aquela situação lhe acontecesse, em vez de introduzir o rumo que lhe foi dado, introduziu um totalmente ao contrário e o navio acabou por embater na outra Fragata que ao seu lado se encontrava amarrada…
Mas, lá seguimos viagem até à Ponta do Maio… Os náufragos, entretanto, tinha-se deslocado para terra e assim que nós lá chegamos e ao largo pois não havia local para acostagem. Ao darem fé da nossa chegada, começaram a deslocar-se para o navio em grupos de cerca de 20 homens por embarcação miúda as quais, a ser em Portugal, nunca seria permitido para mais de meia dúzia de homens.
O navio encontrava-se cercado de tubarões e a sorte dos náufragos foi o mar chão que na altura se verificava…
Metidos a bordo e como eles estavam sem comer há várias horas foi-lhes servido um arroz de frango, juntamente com uma sopa (Canja) feita com os miúdos do frango…
Acontece que na sua maioria optaram por comer a canja e, entretanto, o mar encrespou-se e então era um mar de enjoados…
Chegados ao Mindelo, amarramos de novo junto ao outro Navio de Guerra ali presente e descarregamos esse povo mas, não nos esqueçamos do sofrimento em que nos encontramos entre a Ponta do Maio e esse Porto já que, com os vómitos constantes o piso plastificado do Navio tornou-se uma ratoeira para todos nós homens que estávamos habituados a ele mas não àquelas circunstâncias já que, raramente, os homens daquela Guarnição enjoavam e, assim, as quedas eram uma constante e dado os exíguos espaços de passagem e os apetrechos ali instalados, começaram as mazelas a aparecer… Não é que fossem de gravidade mas que doíam lá isso doíam…
Passados dias disto ter acontecido e como, entretanto, tinha morrido o Presidente do Conselho de Ministros, António Salazar e o Presidente da República tinha regressado a Lisboa em avião, reiniciamos a nossa etapa de regresso a Lisboa…
No dia seguinte e só com o pessoal de serviço em alerta e quando eram cerca de 5 horas da manhã, um barulho esquisito fez com todo o pessoal abandonasse seus leitos num ápice e a perguntar uns aos outros o que é que teria acontecido!
Ora, o torniquete que segurava a amarra junto ao Cabrestante com as pancadas que tinha levado na saída para a Ponta do Maio acabou por partir e toda a amarra de uma vez só, por não ter nada a segurá-la juntamente com o ferro de fundear foi num ápice até ao fundo do mar tendo antes disso feito um largo rombo junto à proa e no espaço consignado para Paiol das Tintas… Local onde muitos dos membros da Guarnição transportavam Serviços de Chã e de Café Chineses, para em Portugal venderem ou oferecerem aos amigos (Este foi o meu caso, ofereci à família e ainda, passados estes anos todos existem quase todas as peças, as quais iam no meu Cacifo, junto com outras coisas) os quais ficaram sem qualquer aproveitamento… E o navio ficou todo de esguelha virado para o lado donde se tinha soltado o ferro de fundear…
Não passou de um susto mas que foi um grande susto lá isso foi…
Comandante levantado junto ao Cabrestante e a ponderar todos os efeitos de tal problema… Mandou içar o Ferro e, depois de a amarra se encontrar toda em cima mandou, para não forçar o Cabrestante fazer uma amarra a todo o material com arame que no Paiol se encontrava…
Rumamos a Portugal e, ao passar junto às Ilhas Canárias o meu Comandante ainda tentou lá ir mas, como o outro era mais antigo tal não o permitiu e assim nenhum de nós teve a sorte de uma Ilha das Canárias vir a conhecer!
Chegados a Lisboa lá tivemos mais uma obrita para realizar… Tapar o rombo e arrumar as tintas que estavam espalhadas por todo o Paiol e que, muitas delas por terem rebentado as latas foi preciso apanhar… eram tintas grossas de piso e por isso deram muito trabalho não só as que se apanharam mas também aquelas que já tinham secado por acção das temperaturas ali estacionadas!

Marco de Canaveses, 28/07/2011 – 17H15
Armindo Loureiro – Ex-Mar. R nº 797/6

Paquete Príncipe Perfeito (Fonte-http://restosdecoleccao.blogspot.pt/)


NRP ALMIRANTE MAGALHÃES CORRÊA


NRP ALMIRANTE PEREIRA DA SILVA



NOTA DO BLOGUER
Esta escolta vai continuar, com a Fragata Comandante João Belo, de Cabo Verde (Mindelo) até ao Arquipélago de S.Tomé e Princípe.





Ilhéu das Rolas, ou Ilhéu Gago Coutinho, a Sul de S. Tomé


Bandeira Nacional de S. Tomé e Princípe







A NRP COMANDANTE JOÃO BELO, zarpou de Luanda, em 09/07/70, pelas 07h45, rumo a Cabo Verde, tendo atracado, no Porto de S. Vicente,(Mindelo) em 16/07/70, pelas 09h00.
 No dia 17, saiu para o mar pelas 08h00.
No dia 18, pelas pelas 18h00, deu-se o encontro com o Paquete Príncipe Perfeito, que seguia em viagem presidencial do CALM - Américo Thomaz para S. Tomé e Princípe, a fim de participar nas comemorações do "5º Centenário da descoberta do Arquipélago.


 O Paquete Príncipe Perfeito, foi acompanhado, pela Fragata João Belo, durante os dias 19, 20 e 21.

O paquete vinha escoltado pelas fragatas "Almirante Magalhães Correia" e "Almirante Pereira da Silva" que, à vista, abandonaram as suas posições de formatura e foram substituídas pela "Comandante João Belo", que foi ocupar a posição de escolta a 1.000 jardas à proa do "Príncipe Perfeito", depois de ter salvo ao Presidente da República, com 21 tiros e ter passado a BB do paquete, com a guarnição formada em postos de honras militares.
Em 22/07/70, pelas 10h00, deu entrada na Baía Ana Chaves, tendo ali fundeado. Terminada a faina, desembarcou o Presidente da  República e a Fragata João Belo salvou mais uma vez o Chefe do Estado Português. Permaneceu fundeada durante os dias 23, 24 e 25.
No dia 25/07/70 embarcaram a bordo da Fragata Cte João Belo, o Chefe do Estado, o Ministro do Ultramar, Dr. Silva e Cunha e altas entidades militares e civis. 
No dia 26, às 07h00, zarpamos rumo ao Ilhéu dos Pássaros, fazendo a circum-navegação da Ilha de S. Tomé.
No dia 27, rumamos para a Ilha do Príncipe, tendo o nosso Comandante Leonel Cardoso, entregue o Comando do Navio ao Sr Presidente da República, CALM Américo Thomaz. Não chegamos a atracar ou fundear na Ilha do Príncipe, devido à notícia da morte do 1º Ministro Prof. Dr António Oliveira Salazar, pelo que tivemos que regressar a S. Tomé, onde nos mantivemos fundeados durante o dia 28.
O estado do tempo não permitiu que o CALM-Américo Thomaz desembarcasse no Ilhéu Gago Coutinho, ( ou Ilhéu das Rolas), onde uma placa com o nome deste grande cartógrafo assinala o equador geodésico. Cruzou quatro vezes a linha equatorial como forma de lhe prestar homenagem ( Gago Coutinho). Em S. Tomé, esperava um pequeno avião, que os ia transportar para a Luanda e daí seguirem rumo a Lisboa. As Comemorações só se efetuaram na Ilha de S. Tomé.

António da Silva Martins, Mar. Radarista nº 1330/66





FRAGATA JOÃO BELO
Guarnição formada em postos de honras militares


Baía Ana Chaves, em S. Tomé

Porto na Baía Ana Chaves ( S. Tomé)

Monumento comemorativo da visita do Presidente da República de Portugal,
nas comemorações do 5º Centenário da descoberta de S. Tomé e Príncipe.
Cidade de S. Tomé 1970


Ilha de S. Tomé
Entrada para Vila das Neves, visitada pelo Presidente da Republica
1970



MOEDA COMEMORATIVA DO 5º CENTENÁRIO DA DESCOBERTA DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE


Frente


Verso



ILHA DE S. TOMÉ.
vista parcial da cidade de S Tomé (1970)
Partial view of the San Thomé Town



ILHA DE S. TOMÉ
Pico Maria Fernandes (1970)
Peak Maria Fernandes


S. Tomé
Igreja da Sé (SÉC. XVI)
1970


S. TOMÉ
Praça João de Santarém (1970)

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

COMANDANTE JOÃO BELO - LEIRIA, A SUA TERRA NATAL


Enquanto navegamos, rumo a Lourenço Marques (Moçambique), a Fragata Cte João Belo, informa os seus visitantes, o que vai acontecendo no presente, publicando o que entende ser de interesse para este  blogue.





Nome:  António da Silva Martins

E-mail: fragatajoaobelo@hotmail.com

Comandante João Belo
Sugestão:
Caros amigos, as minhas desculpas, por talvez não estar a usar o canal mais apropriado, mas foi a unica maneira que encontrei para tentar obter um esclarecimento, que para mim é importante. Sou coordenador do blogue, que está a contar a história duma fragata, que esteve ao serviço da nossa Pátria, durante 40 anos. Tive a informação, que em Leiria, existe uma rua, precisamente, a Rua Comandante João Belo. Dentro das vossas disponibilidades, desejava saber, qual a história dessa rua, para ter o nome de um notável "MARINHEIRO". O blogue a que me refiro pode ser consultado em: - (fragatajoaobelo.blogspot.com).
Os meus respeitosos cumprimentos,
António da Silva Martins



NRP  "Comandante João Belo" (1967)



O blogue da Fragata Comandante João Belo, agradece a cortesia e a preciosa colaboração, da Câmara Municipal de LEIRIA, em especial ao Sr Vereador da Cultura e Vice-Presidente dessa Câmara, Dr. Gonçalo Lopes.






Para:  fragatajoaobelo@hotmail.com (fragatajoaobelo@hotmail.com)

EXMO. SENHOR
ANTÓNIO DA SILVA MARTINS
Conforme solicitado por V. Ex.ª, informo que o topónimo supra, localiza-se na Freguesia de Leiria, com início no Largo Marechal Gomes da Costa e com fim na Rua de Alcobaça.
Informo que este arruamento, está identificado na planta da cidade de Leiria de 1809, por RUA DA ÁGUA e que por alvará do Governo Civil de 18-12-1877, foi-lhe alterada a denominação para Rua D. Fernando II.
Por deliberação camarária de 19-04-1911, passou a ser denominada por Rua Ferrer  e  por deliberação camarária de 05-01-1928, foi alterada a sua denominação para RUA COMANDANTE JOÃO BELO.
Mais informo, que o Comandante João Belo, nasceu em Leiria a 27 de Setembro de 1876, foi filho de António Pedro da Costa Belo e de Antónia Júlia de Nazaré Belo e faleceu a 3 de Janeiro de 1928.
João Belo, foi Capitão de Fragata tendo entrado nas campanhas de África. Sendo que,  a ele se deve a construção do caminho de ferro do Chai - Chai e do farol da barra do rio Limpopo.
João Belo, foi Ministro das Colónias e lançou as bases orgânicas da administração civil e financeira das províncias ultramarinas. Reorganizou a Escola Colonial de Lisboa e promulgou o Estatuto Orgânico das Missões Religiosas.
Ao dispor para os esclarecimentos necessários.
Com os nossos melhores cumprimentos,


DEPARTAMENTO DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO
TOPONÍMIA MUNICIPAL
CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA
LARGO DA REPÚBLICA
2414 - 006 LEIRIA






Placa Toponímica-2012
(Foto de Tiago Pedrosa)

Panorâmica da Rua Comandante João Belo-2012
(Foto de Tiago Pedrosa)

LEIRIA - Do Claustro do Castelo, Vista Parcial da Cidade
Parcial view of  the City,  from the cloister of the Castle - 1974

LEIRIA - Rio Lis e vista parcial da Cidade - 1974
Lis River and partial view

LEIRIA - Vista geral da Cidade  - 1974
General view of the City


sexta-feira, 14 de outubro de 2011

FRAGATA "CTE JOÃO BELO", A sua chegada e estadia em FREMANTLE.


The distinctive WA Maritime Museum building on Victoria Quay


ESTADIA EM FREMANTLE






Logo que foi terminada a faina de atracação, o Comandante do navio LEONEL CARDOSO, Cap de Frag., anunciou à guarnição, que naquela cidade só podiam sair de bordo os marujos casados.
Esta atitude do Comandante, não foi bem recebida pelos solteiros, tendo ido falar com ele sobre tal proibição. Justificou, e bem, o facto de já ter perdido 10 elementos da guarnição, todos solteiros, e que não queria perder mais nenhum, porque tinha que ter pessoal suficiente para navegar até Moçambique!!!
O nosso comandante, a título excepcional, deixou sair um solteiro, o Albino José Leitão, Marinheiro Radarista, ( a Ninfa da Festa do Rei dos Mares), a quem pedi para me comprar dois postais ilustrados daquela cidade, os quais serão publicados, para ilustração deste artigo.
Foi uma estadia curta, e pouco apreciada por quem não pôde pôr os pés em terra firme, depois de uma navegação longa e agitada! Serviu para recuperar algumas forças e partir para a etapa seguinte, até Lourenço Marques (Moçambique).


Town Hall Fountains and Shopping Centre (1970)


Main Shopping Centre (1970)

António da Silva Martins, Marinheiro Radarista, nº 1330/66





SAÍDA DE FREMANTLE, RUMO A LOURENÇO MARQUES.

O nosso percurso de Brisbane para Fremantle (Perth), foi durante 7 dias, a nossa chegada a FREMANTLE, foi em 14/05/70, às 13h00 (5 horas de atraso).
No dia seguinte, zarpámos rumo a Moçambique (Lourenço Marques) e navegámos em mar calmo e bom tempo durante 11 dias, numa rota quase sobre o paralelo.



A Fragata João Belo, a navegar em mar calmo, rumo a Moçambique.




quinta-feira, 13 de outubro de 2011

FRAGATA “COMANDANTE JOÃO BELO” (Rumo a FREMANTLE).

Malagueiro de proa um pouco agitado



A caminho de Fremantle, durante vários dias, foi um sofrimento.
(Foto de Benigno Pombo Fernandes, Sarg. ARE)





NAVEGANDO EM MAR-CHÃO E MAR AGITADO


Como informei no texto anterior, saímos de Brisbane em 08/05/70
Depois de termos contornado a "Grande Ilha",  por sul e sueste, metemos rumo a FREMANTLE, para ali reabastecer.
Durante esta viagem o navio teve que atrasar a chegada prevista, em virtude de termos apanhado ventos de força 8 e 9 e também mar muito grosso, por vezes muito alteroso. Foi neste trajecto, que a Fragata Comandante João Belo, enfrentou as altas vagas que faziam mergulhar a proa, mantendo-se nessa posição, tremendo, durante longo tempo, até que a popa assentasse para que as hélices continuassem a desempenhar a sua função.
Mudámos algumas vezes de rumo, para fugir ao mar revolto, e navegar mais próximo da costa. Nessa altura, as ondas começaram a embater no navio pela amura de BB e um pouco mais tarde atingiam todo o BB. O inclinómetro de BB/EB, chegou a ultrapassar os 45 graus!
Já durante a noite, com o mar ainda bastante agitado, os cacifos abriam-se, as garrafas com cerveja, soltavam-se para o chão da coberta cobrindo-o de vidros e cerveja e outros líquidos e alguns camaradas eram cuspidos dos seus beliches, deslizando no chão, ao jeito do balanço das ondas, sobre o líquido derramado e os vidros. Alguns dos que conseguiram permanecer nos seus leitos, desesperados com a situação, soluçavam, agarrados a fotos de familiares!
Não registei quanto tempo navegámos com o mar tão agitado, mas logo que entrámos em zona mais calma, quase a apanhar mar-chão, o pessoal restabeleceu-se e sossegou! Este episódio foi passado na 3ª coberta, onde eu dormia.
O susto passou, a noite acabou e deitámos mãos á obra, para limpeza da coberta, varrendo os vidros e limpando o chão com o lambaz.
A nossa navegação foi durante 7 dias, a maioria deles com mar nuito agitado, atracando em Fremantle em 15/05/70.

A designação que cito, neste texto como "ILHA GRANDE", refiro-me à  Austrália como país.

É a maior ilha do Mundo e tem mais de três vezes o tamanho da Gronelândia. Este país também é apelidado de "Cotinente Ilha" e ou "ILHA GRANDE".



Inicio do sofrimento. Malagueiro de proa, a caminho de fremantle
(Foto de BENIGNO POMBO FERNANDES, Sarg. ARE.)




Sul da Austrália, rumo a Fremantle.
(Foto de Benigno Pombo Fernandes)



A Fragata João Belo no seu inicio da mudança de rumo, já com o malagueiro um pouco de amura de BB.
(Foto de Benigno Pombo Fernandes,Sarg. ARE)



A Fragata João Belo a navegar em aguas mais calmas.


Depois da tempestade veio a bonaça (Mar-chão)



A Fragata Cte João Belo, ainda na sua fase original.

António da Silva Martins, Marinheiro Radarista, nº 1330/66.


Cerimónia de transferência das fragatas da classe João Belo

Crédito:-  #marinhaportuguesa     https://youtu.be/CT6AobEi6IY